quarta-feira, 22 de abril de 2009

Crônica do novo milênio

A despeito das múltiplas possibilidades que a Internet nos ofereceu, ela ainda não se configurou como uma revolução de conteúdo na plataforma política. Certamente, a rede pode ter trazido inúmeras figuras do anonimato ao estrelato na música, cinema e outros campos da arte, entretanto o silêncio do debate político na vida real se solidifica na internet. Apesar de centenas de blogs que teorizam, criticam, sugerem, a política na esfera virtual é uma guerrilha acéfala. Não existe um destaque, uma voz ou um site que tenha saído da internet para as ruas propondo o debate político. Temos exemplos sim de personagens populares na rede, mas cuja fama se construiu através da mídia tradicional.

Me deixa muito descrente que num momento tão inovador nas formas de comunicação o debate ideológico se alija cada vez das preocupações cotidianas. Estamos voltando a letargia sociológica pré-anos 60. Não existem sonhos, desejos, somente a vontade – quase animal – de vencer, através de um emprego que pague bem, de uma família com a mulher ou homem mais bonito e de uma casa o mais luxuosa possível. A morte dos sonhos é a morte do homem. E estamos caminhando firmes para essa destruição.

Não existe na arte, tão propagada pela internet, nenhum nome que faça a arte com um background sociológico. Nos 60, a crítica a guerra do Vietnã trouxe uma geração que queria paz e amor, nos 70 os punks não viam futuro e criticavam a alienação da sociedade. Hoje, a música serve ao elixir do fim-de-semana. Sem conteúdo, ela grita os embalos de um sábado a noite e morre depois. Por isso amigos, estou descrente. Estamos perdidos, sem rumo. Sem porquês, o nosso amanhã é ditado ao ritmo de uma mídia de massa que, mesmo com a possibilidade de revolução da internet, continua controlando tudo.

7 comentários:

  1. Você não devia ficar tão descrente.
    Devemos continuar sempre.
    Não deixe de continuar suas postagens e cometários que podem não atingir um número tão grande como gostaria, mas com certeza outras muitas estarão partilhando ou trocando idéias com você.
    Desistir nunca, redirecionar sim, quando preciso.

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  2. Caro amigo, meu querido.
    Devido ter aparecido a maria, estou escolhendo outro nick, para não 'cafundir', tá?

    Apesar de belo teu texto é triste.
    Para, para! A época é de mudanças e para melhor. Presta atenção que vais dar-me razão. Depois conversamos mais.
    Beijão.
    Que achas de m.santos?
    Outro beijão.

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  3. Caro "O Jornalista":

    As pessoas estão famintas e sedentas de idéias novas que lhes preencham a vida de algo interessante.

    O que elas não percebem é que não são as idéias que preenchem nossas vidas e sim, aquilo que fazemos em nossas vidas.

    Estou agora com 45 anos e o meu trabalho já não tinha mais significado para mim.

    Tentei fazer uma faculdade a fim de ver se a mesma me proporcionaria algum interesse maior mas fiz apenas 1 ano e desisti.

    Procurei ler sobre política e me tornar um conhecedor do assunto mas me deparei com meu pior lado lendo os artigos políticos.

    Procurei então me proporcionar algum caso amoroso mas também não me apeteceu.

    Enfim, tudo aquilo que eu tentei não funcionou e foi aí que eu procurei retomar as coisas que eu tinha interrompido na infância ou nem começado por falta de dinheiro.

    Tudo, mas tudo mesmo que eu sempre quis fazer na infância, desde livros, enciclopédias, revistas em quadrinhos, vídeo-game, etc. eu fui me dando. Até mesmo os seriados que acalentaram minha infância eu comprei tais como Perdidos no Espaço, Túnel do Tempo, Daniel Boone, etc.

    Com o passar do tempo todos esses brinquedos foram perdendo o sentido para mim mas pelo menos minhas frustrações com a vida foram diminuindo e minha qualidade emocional de vida foi melhorando.

    Certo dia, ao passar por uma galeria, vi um senhor com um estande de filatelia.

    Conversei com ele e acabei comprando um punhado de selos e um classificador.

    Chegando em casa eu comecei a classficar os selos por país e data de emissão.

    Pronto. Estava fisgado pela filatelia. Nem preciso dizer que esta nova mania já me consumiu mais de 2.000 reais e tem preenchido meus finais de semana e feriados de muita alegria, prazer e satisfação quando, envaidecido, eu olho as páginas dos álbuns já preenchidas com os selos.

    É uma atividade lenta pois envolve pesquisa, método, tempo, capricho, enfim, o que há de melhor em mim e estava adormecido por falta de oportunidade para se expressar acabou se expressando através do exercício da filatelia.

    Tudo isso que você descreve em seu texto eu já senti. Não pense que você é o único a sentir essas coisas.

    A grande novidade é que eu não sinto mais. Fui desbravando o caminho para a felicidade tateando no escuro.

    Hoje posso mostrar o caminho mas pouca gente está disposta a seguir.

    Abraços.

    Ass.: Labrego

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  4. Olá amigo!
    Muito bom teus textos..É amigo, vivemos agora a era do "João Buracão" do EXTRA...Cadê os caras pintadas..a UNE?

    Com os últimos devaneios da política brasileira, tenho me perguntado aonde andarão os cara-pintadas. E não só eles, aonde andarão a Juventude Socialista, o Movimento dos Sem-terra, o Movimento Estudantil, os "intelecutais de esquerda" e outros mais?

    Irmão, abraços e ótimo FDS!

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  5. Amigo:
    Tem um premio para vc lá no blog anti-foro.
    Parabéns

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  6. Le saludo muy afectuosamente, en la oportunidad de comunicarle que hemos tenido el privilegio de otorgarle a su excelente Blog "El Premio Inconfidentes 2.009", que más recientemente recibiéramos de la prestigiosa periodista venezolana Martha Colmenares. Esperando sea de su satisfacción.

    A sus gratas órdenes.

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