sábado, 1 de janeiro de 2011

O Maior Réveillon do Mundo - Copacabana 2011

Preciso ao badalar da meia-noite e dezesseis minutos, uma multidão calculada em dois milhões de pessoas acabara de testemunhar o anual colosso da queima de fogos ao longo de onze balsas na Praia de Copacabana. Incrementada com uma sincronizada e bela trilha sonora reproduzida por quatro alto-falantes espalhados pela Orla. Números gigantes agigantados pelos quatro palcos de shows com sete horas de músicas cada.

Apesar de impressionante não é plausível que se continue a pedir que a população suplante as inúmeras deficiências em prol do fascínio da festa. A começar pela monotemática dos músicos quase todos voltados para o samba, pagode, axé. Num mar de pessoas, na pluralidade da diversidade não é admissível que continue se forçando um único tom para todos. Não se tem palco para o rock, o pop, a música clássica, o jazz, o blues, o choro.

Ir para casa é uma tarefa impossível. É ridículo uma cidade com 6,5 milhões de pessoas não ter um metrô que funcione depois da meia-noite. Tem que ser 24 horas. Não tem metrô. Não tem ônibus. É notório que eles somem durante a madrugada. Em período festivo, parece que ainda mais. Assim os poucos que chegam aos olhos do passageiro, já estão necessariamente tomados por uma multidão que desafia as leis da física para chegar ao destino. Ainda o táxi sendo um luxo para quem pode pagá-lo, no Rio os taxistas escolhem clientes (para corridas curtas) e pré-fixam o preço, se recusando a usar o taxímetro. Um crime.

O Réveillon é um marco carioca, ainda tortuoso pelas claras falta de infra-estrutura e de, até certo ponto, cultura coletiva para exigir algo diferente de que “baterias de escola de samba”.

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