quarta-feira, 28 de abril de 2010

Carranca é Rio São Francisco. Carranca é arte

Se para Caymmi, mar é música. RIO DE MÚSICA não pode ficar obstante a exposição “O triunfo das Carrancas” sobre as peças de adorno de embarcações, em especial do Rio de São Francisco, em cartaz, no Centro Cultural dos Correios.

As carrancas são figuras estranhas ao ordenamento do mundo natural, ainda que sua forma, notadamente, origine-se em um animal seja o Homem seja um cavalo ou leão. Tem expressões relaxadas ou boquiabertas, raras são a quem fazem cara de susto. Apreende-se que a proteção ao perigo proviria de sua “feiúra natural”. Não se encontra preocupação com a perfeição no acabamento. A maioria das carrancas tem olhar no horizonte, poucas olham para o alto ou para dentro do mar (para baixo) onde, segunda a lenda, estariam os perigos do rio. Em alguns casos, a madeira é pintada, em outros, raros, adicionam-se elementos de adorno. A título de curiosidade, as figuras leoninas guardam certa, mesmo que distante, semelhança com personagens do imaginário egípcio, principalmente Rá, o deus-sol, acentuadamente quanto ao formato da juba/cabelo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

É Tudo Verdade: "Os Representantes", de Felipe Lacerda

Andando por ali, RIO DE MÚSICA aproveitou a sessão das 17h do “É Tudo Verdade”. Foi ver no que dava. “Os Representantes”, de Felipe Lacerda, que se pretende denúncia ao clientelismo político, no caso, no interior do Amazonas durante a grande seca de 2005.

É fraco, porque, além de óbvio, é mais complexo do que se expõe. Não á toa, o vereador que arma todo esquema de assistencialismo a população, fala, digamos inocentemente, sobre todas as peripécias que são feitas para se ganhar um eleitor. É quase como se não fosse errado. Exibir por exibir é muito superficial.

O filme perde mais ainda ao atribuir a seca ao aquecimento global. Primeiro: o homem não tem capacidade de alterar o clima em relação a todo o planeta. Segundo: a natureza é cíclica mesmo, uma hora chove mais na outra chove menos. Para efeitos do filme, choveu-se no molhado., choveu-se no molhado.

É Tudo Verdade: "Capitalismo, história de amor", de Michael Moore

Não era música, mas era cinema. E de graça. RIO DE MÚSICA estava por perto e foi conferir “Capitalismo: Uma História de Amor” (EUA, 2009), de Michael Moore, no Unibanco Artplex, dentro da mostra “É Tudo Verdade”. RIO DE MÚSICA, por está por perto, até vai ao cinema, mas, por Moore, não fica na fila esperando na expectativa de levar um ingresso. Prefere em casa, baixar o filme. Não se preocupe, apesar dos argumentos infantis contra o capitalismo, que sim tem milhões de erros, Moore está tranqüilo em sua milionária conta bancária proporcionada por este odioso sistema econômico.

Enganchado na crise imobiliária americana, Morre aplaude a eleição de Obama, o salvador do povo, em contraponto ao generoso empréstimo do governo americano aos bancos em crise durante a Era Bush. O filme lamenta os americanos despejados de suas casas por inadimplência e quase faz uma salva de palmas ao socialismo.

Moore brinca de invadir e roubar dinheiro de bancos e, mais uma vez, tenta entrar na sede da General Motors. Nesta parte, o segurança, personificando a cara de “isto realmente tá acontecendo” diz ao microfone, pasmo, a outro companheiro: “É o Michael Moore, ele quer falar com o presidente”. Moore é convidado a se retirar. Em frente a Bolsa de Nova Iorque, tentando pedir conselhos aos operadores do mercado, ouve um “Não faça mais filmes”.
Eu perderia uma oportunidade de me distrair e de ter, com segurança, sobre o quê falar mal