quarta-feira, 17 de junho de 2009

Na bola, Iraque pós-Bush é o mais forte da história

Desde 20 de março de 2003, o Iraque convive com a invasão promovida pelos Estados Unidos. Para uns, a guerra da Era Bush foi um desastre. Para outros, era inevitável ao mundo democrático ocidental retirar um ditador do poder. Aparentemente alheio a esse movimento, a seleção de futebol do Iraque caminha em um mar de tranqüilidade. Em outubro de 2004, atingiu a posição mais alta no ranking de seleções da FIFA: 39º melhor do mundo. Com turbulências naturais do esporte, hoje, é a 77º. O que não a impediu de conquistar, em 2007, pela primeira vez na história, a Copa da Confederação Asiática passando por times como Austrália, Coréia do Sul e Arábia Saudita. Nesse exato momento, o mundo assiste a boa participação iraquiana na Copa das Confederações, na África do Sul, que reúne a atual seleção campeã do mundo e as campeãs das confederações continentais. O Brasil, campeão da América do Sul, está lá. Com Bush ou sem Bush, o Iraque vem bem na bola. E é uma agradável força para a babel do futebol.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A matemática fantástica do dirigente do Barcelona

O clube Real Madrid, da Espanha, se prepara para, em uma semana, fazer a primeira e a terceira aquisições mais caras da história do futebol. Por 80 milhões de libras (R$257 milhões de reais) traz o atacante Cristiano Ronaldo, do Manchester United, da Inglaterra, e por 65 milhões de euros (R$ 176,7 milhões de reais) compra o meia Kaká, do Milan, da Itália.

O maior rival do Real na Espanha, o Barcelona, atual campeão europeu, não está gostando da história. O diretor econômico do clube catalão, Xavier Sala i Martin, questionou a capacidade madrilena para pagar as aquisições.

"Desconheço de onde saem os 300 milhões de euros [R$ 826 milhões] que Florentino Pérez [presidente do Real] pretende investir em reforços. Ele disse que recuperará vendendo camisas. Para isso, deveria vender 30 milhões de camisas. É impossível", sentenciou o dirigente à emissora RAC-1.

A julgar pela fala do diretor econômico do Barcelona algo está errado. Realmente é impossível achar uma camisa oficial de futebol no mercado por 10 euros ou 30 reais. A do Flamengo que não contrata ninguém não sai por menos de 100 reais. Para falar mal dos outros, cada um inventa a sua matemática.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Negócio do Palau

Hoje, o mundo foi apresentado a Palau, uma pequena nação-arquipélago no Oceano Pacífico. Quarto país menos povoado do planeta, com 20.000 habitantes, foi o único – dos cerca de 100 consultados – a aceitar receber prisioneiros da base de Guantánamo. Para lá estão embarcando 17 chineses da etnia uigur até então encarcerados na base militar americana. A grande sacada é que Palau iria receber uma “ajuda humanitária” – sem relação com o caso – de 200 milhões de dólares. Se tivesse qualquer relação com os prisioneiros, seriam 23,5 milhões de reais por indivíduo. Dessa maneira, Palau desbanca Tuvalu, que vendia seu domínio de internet “.tv”, no ranking de negócios esdrúxulos das pequenas nações do Pacífico.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Quase lá

Quem passa pelo aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro, é informado sobre as obras em andamento no local para transformá-lo num dos 10 melhores do mundo. Hoje, a consultoria britânica Skytrax lançou um ranking mundial de aeroportos. O Galeão está “quase” entre os 10 primeiros na 135º posição. Se o foco fosse alterado para um dos melhores da América do Sul a tarefa seria fácil, o aeroporto é o quinto melhor do continente depois de Lima, Santiago, Buenos Aires e São Paulo. Que venha a Copa do Mundo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dedo inútil de prosa

Fiquei atônito com a notícia “Viveiro de mudas da Cedae terá homenagem a vítimas da Air France”. Não deixa de ser interessante que a companhia de água e esgoto do Rio de Janeiro crie um espaço para recuperação ambiental com o plantio de árvores. Imagino que muitos até possam discordar, mas me soa um tanto quanto estranho nomear 228 das pretendidas 30 mil mudas anuais com os nomes das vítimas do vôo AF 447. A notícia foi veiculada pela assessoria de comunicação da secretaria estadual de Obras cujo trabalho visivelmente não é muito interessante.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mais uma frase de Lula

Rende comentários a frase do presidente Lula dizendo que país que acha petróleo a seis mil metros de profundidade encontra um avião a dois mil. Conhecendo o histórico de Lula e observando o seu modo de falar, não acho que ele tenha premeditado, mas a incorporação de um sindicalista burocrata lhe é mais forte e exige que se faça propaganda até em tragédias.

A frase foi infeliz por dois motivos. Por tentar fazer publicidade da dupla PT-Petrobras em hora inapropriada e principalmente pelo reducionismo e simplismo do modo de enxergar um problema hercúleo de localizar o avião no leito oceânico a profundidades de até 4 mil metros.

O resgate da caixa-preta do acidente da South African Airways, em 1987, em pleno Oceano Índico, perto das Ilhas Maurício, a 4200 metros de profundidade, no entanto, é um alento para a humanidade.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O "bom" jornalismo da TV Bandeirantes

Ao vivo, na cobertura do desaparecimento do avião da Air France que realizava a rota Rio-Paris, a TV Bandeirantes com Datena à frente, coloca uma tarja escrito: “Avião da Air France pode ter explodido no ar”.

Segundo o manual Band de jornalismo poderia ser escrito: “Avião da Air France pode ter sido atacado por Godzilla” ou “Avião da Air France pode ter virado invisível”.

O verbo “poder” é tão vago quanto a precisão e a seriedade do jornalismo policialesco da Band.