A reunião de Amorim com Sarkozy em Paris

O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim se reuniu, hoje, com o presidente da França Nicolas Sarkozy, no Palácio do Eliseu, em Paris, em mais um preparativo para a reunião do G20, em abril, em Londres. Amorim e Sarkozy concordaram sobre um diálogo conjunto frente as questões da política internacional. O Brasil tem planos para a reforma do Conselho de Segurança e a ampliação dos membros do atual G8.

Amorim elogiou a aproximação francesa com Cuba. Na quarta, o ministro já havia conversado com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton sobre uma revisão da postura do país com a ilha. Amanhã, o ministro segue viagem até Cairo, no Egito, onde se reunirá com o ministro das finanças egípcio, Youssef Boutros-Ghali.

Um pouco de Brasil com China, EUA e Colômbia

Discreto, Brasil e China deram, na noite desta quarta-feira, mais um passo em sua acelerada aproximação num jantar oferecido pela embaixada chinesa ao presidente Lula. O encontro com o embaixador Chen Duqing foi a quarta reunião entre o chefe-de-Estado brasileiro com lideranças chinesas desde novembro.

Em Washignton, o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim se encontrou com a secretária de Estado Hilary Clinton. A reunião foi preparativa à viagem do presidente Lula aos Estados Unidos quando se encontrará com o seu par americano Barack Obama no dia 17 de março. Está prevista também a participação em uma conferência sobre economia brasileira patrocinada pela The Wall Street Journal.

Ainda ontem Lula, num telefonema de dez minutos, pediu ao presidente peruano Alan Garcia um relatório sobre como o Peru vem enfrentado a crise financeira. Ele já contatou Hugo Chávez, da Venezuela, e Álvaro Uribe, da Colômbia, sobre o tema0. O Brasil vai reunir a expertise sul-americana num dossiê para a reunião do G20 (dos países emergentes) em abril, em Londres. O presidente também solicitou a Uribe que receba o ministro das Comunicações Helio Costa que fará lobby pelo sistema de televisão digital japonês, adotado pelo Brasil.

Uma história de brasileiros em Barcelona

O PAPO DE POLÍTICA seguindo os passos de Brasília se permite uma folga. Isso em virtude do show, no Rio de Janeiro, do cantor francês Manu Chao. Um verdadeiro ícone da integração latina.

O concerto lembra ao PAPO DE POLÍTICA uma história sobre brasileiros – trabalhadores de uma maneira geral – pelo mundo. Era o inverno europeu de 2007, em Barcelona, num pequeno bar, havia um cantor se apresentado à voz e violão. No palco: um brasileiro; na platéia: brasileiros; em pauta: música brasileira. Era uma reunião da comunidade. Todos estavam felizes e cantavam em coro durante todo o show. O final: Clandestino, de Manu Chao. Uma música sobre trabalhadores ilegais no mundo. Emblemático.

Brasil consolida aproximação com a China e obrigasse a enfatizar os diretos humanos

A relação entre Brasil e China caminha a passos largos em vista a uma maior integração bilateral. Desde a fundação do PAPO DE POLÍTICA, em novembro passado, testemunhamos a visita de dois funcionários do alto escalão chinês: o vice-presidente da Comissão Central Militar, o General-de-Exército Xu Caihou e o ministro de Negócios Estrangeiros Yang Jiechi. Amanhã (20), o presidente Lula se reunirá com o vice-Presidente da República Popular da China Xi Jinping e traduzirá essa aproximação na assinatura de oito acordos entre os países.

O avanço chinês é notório. A África e a América Latina assistem e participam da invasão não apenas de mercadorias, mas de tecnologia e pessoal chinês. No Rio de Janeiro, a alemã ThyssenKrupp constrói um complexo siderúrgico com conhecimento e mão-de-obra chineses. 520 trabalhadores foram importados para a empreitada.

É sempre bom desenvolver relações cordiais com os demais Estados do globo. Também é imperativo observar e respeitar os princípios básicos de respeito aos direitos do ser humano. Se checadas e aprovadas às cartas, o Brasil faz bem em se aliar ao gigante asiático. Se não, em detrimento de um desenvolvimento econômico provoca um retrocesso de um princípio fundamental de nossa Constituição, a liberdade.

Como a crise e a posse de Obama aproximaram o presidente Lula do ministro Mantega

Barack Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro. Ainda esperasse de sua parte ações contundentes para conter o prolongamento da crise econômica. O presidente Lula precavendo-se dos sobressaltos – do mundo, na economia e pessoais, na oratória – vem se consultando com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a evolução da “marola” no Brasil.

Ninguém no mundo tem se reunido mais com o presidente que o ministro. Desde a posse de Obama foram cinco audiências exclusivas, nos dia 22 e 26 de janeiro e 9, 11 e 16 de fevereiro. Nesta quarta, 18, Lula e Mantega terão seu sexto encontro particular. Além das reuniões onde a presença do ministro da Fazenda é factível. No período, o presidente Lula teve quatro reuniões da Coordenação de Governo, uma com a Junta Orçamentária, uma com Bancos Públicos, uma sobre Aeroportos e uma grande reunião ministerial no dia 2 de fevereiro. No total seriam quinze momentos conjuntos entre o presidente e o ministro. Isto num espaço de menos de um mês. A crise está fazendo o Planalto suar. Esperasse.

Lula e a senadora do DEM: a pauta mais recheada de perguntas não-respondidas

O presidente Lula se encontra hoje, às 16h00, com a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). A pauta da reunião não foi oficialmente exposta, mas o PAPO DE POLÍTICA gostaria de dar sugestões baseado no histórico político da senadora nos últimos seis anos:

* Ainda em 2003, criticou Lula por receber em audiência, representantes do MST. Na base ruralista, se negou a um encontro com o presidente. (O que a fez mudar de idéia?)

* Foi citada pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino junto com outros 80 deputados no escândalo da compra superfaturadas de ambulâncias. (Trocaram figurinhas?)

* Comemorou a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente. (Resultados para o ambiente?)

* Foi mencionada pela PF na Operação Satiaghara onde supostamente teria recebido R$2 milhões da construtora OAS. A senadora pretendia processar a União. (Utilizara o know-how presidencial?)

* Redigiu o Orçamento da União 2009 relativo ao Meio Ambiente. A escolha gerou revolta na bancada ambientalista. (Será que realizou alguma economia? Algum corte orçamentário?)

* Liderou a campanha contra CPMF. (No hard feelings, right Mr. President?)

Então, o que será?

A senadora Kátia Abreu mantém posições estranhas sobre o trabalho escravo perseguido pela Polícia Federal. Ela pensa que a PF muitas vezes fez um barulho muito grande para situações onde não ocorre a escravatura. Ela citou que a noção de trabalho escravo no Sudeste pode ser diferente da visão no Nordeste. O respeito ao ser humano é um só no mundo todo, ao menos deveria ser, mas não creio que o presidente Lula se importe com isso ao ponto de incomodar a senadora com lições de moral.

Rapidinhas do Poder

* O ministro da Defesa Nelson Jobim está de férias. A agenda oficial do Ministério informa a partir desta sexta (13) o recesso do titular da pasta. Hoje (12), Jobim não tinha compromissos agendados. E de domingo (08) até terça-feira (10), esteve em visita à base antártica do Chile. Bom descanso.

* O ministro Tarso Genro depois de conceder asilo político ao foragido da justiça italiana Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos e roubo a banco, está em Lyon, na França em visita à sede da Interpol. Pudera adquirir um pouco da expertise do órgão em repressão ao crime e emprega-la no modus operandi de sua função.

* Está confirmado que Lula dará comidinha aos peixes amanhã cedo, na fazenda psicultora de beijupirá, em Recife. O democrático presidente completará, no Rio Grande do Norte, sete estado visitados este ano. Além do distrito federal, Lula esteve em São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Tocantins e Pernambuco. Continua a ausência ao povo de Roraima, único estado nunca visitado por Lula desde 2003.

Lula tem vergonha do Ministro da Pesca

O Brasil tem 23 ministérios, além de 14 secretarias com status ministerial. O ministro Altemir Gregolin é o Secretário Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP). Em 2003, o governo Lula buscava uma autárquica que gerisse o setor pesqueiro brasileiro que se consolidou na Secretaria. A época muito ser ironizou na camada média urbana a denominação do “ministro da pesca”.

Piada de salão e delúbios à parte, a Secretaria de Comunicação da Presidência parece ter entrado no espírito jocoso popular. Ela prefere ignorar a pasta ao preencher a agenda presidencial com um encontro com o ministro da pesca. Em 10 de fevereiro às 14 horas, o site da SEAP informa uma audiência do secretário com o Presidente da República. No site da Presidência tal encontro – se verdadeiro – é ignorado. Lula teria se encontrado com o Diretor do Conselho de Administração da Ambev e da Anheuser-Bush Inbev, Marcel Herman Telles às 13h30 e o próximo compromisso seria somente às 15h00 na Abertura do Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas. A reunião com o secretario teria ocorrido no mesmo pavilhão que o encontro dos prefeitos.

Amanhã (13/02 às 09h00), Lula estará em Recife e, segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia, visitará uma fazenda marítima do peixe bijupirá, xodó do secretário Altermir Gregolin. Será a oportunidade derradeira do encontro entre os políticos.

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Lula não tem mais vergonha do ministro da Pesca.

Como esperado, o presidente Lula se encontrou com o ministro da Pesca Altemir Gregolin na fazenda de peixes beijupirá. Eles posaram para fotos. No site da presidência já é posível baixar duas fotografias dos políticos juntos segurando um beijupirá cada. O PAPO DE POLÍTICA já fez o downlaod e mandou imprimir para colocar num porta-retrato ao lado da mesa de trabalho.

Quando a casa cai: jornal OGlobo denuncia TV Globo de contribuir para o atraso político brasileiro

José Sarney, presidente da República entre 1985 e 1990, foi eleito – pela terceira vez – presidente do Senado. Ele ingressou na vida pública, em 1955, como deputado federal. São 54 anos. Com tanta história, Sarney chama atenção. A eleição a presidência do Senado despertou interesse na imprensa estrangeira. O conceituado semanário inglês “The Economist” refletiu na edição de cinco de fevereiro que “Sarney pode parecer um regresso a uma era de políticas semi-feudais que ainda prevalecem em alguns cantos do Brasil e puxam o resto dele para trás”. Para os ingleses, a vitória de Sarney é um retrocesso.

A reportagem da “The Economist” chamou atenção na imprensa nacional. O jornal O Globo, em sete de fevereiro, noticiou: “‘Economist’ liga Sarney a ‘políticas semifeudais’”. “A revista conclui que a escolha de Sarney vai fortalecer seu poder no Maranhão. (...) A publicação avalia que ‘o centro de São Luiz está decrépito’ e diz que no interior do estado o atraso é ‘mais evidente’’. O ex-governador apesar da carreira política no Maranhão é senador do PMDB pelo estado do Amapá. Em sua terra natal elegeu seus filhos: a também ex-governadora Roseana Sarney, senadora pelo PMDB e Sarney Filho, deputado federal pelo PV.

Ainda segundo os ingleses, O Globo informa que “segundo a reportagem, o controle da família Sarney no Maranhão é reforçado pelo fato de ela ser proprietária de uma estação de TV que ‘costuma exibir reportagens favoráveis ao clã’”. A família Sarney controle o Sistema Mirante de Comunicações com uma emissora de TV, cinco canais de rádio e um jornal. A emissora de TV em questão é afiliada da TV Globo. O jornal O Globo noticiou que uma revista inglesa acusa a TV Globo de contribuir para o atraso da política brasileira. Interessante.