sábado, 25 de agosto de 2012

Angu do Gomes


Em tempos idos, onde a variedade às mesas cariocas não rendia a fartura de artigos gastronômicos aos periódicos, comer fora era uma atividade simples. Nascido nas barraquinhas de rua, e assim popularizado, o Angu do Gomes virou lenda da baixa gastronomia. Aos ouvidos atuais, a história se perde entre os altos e baixos do aventureiro, que hoje se hospeda num pequeno e simpático restaurante na zona portuária, a coqueluche da prefeitura para o Rio 2016. Assim como todo o entorno, a praça, na rua sacadura cabral, onde fica o restaurante está em obras.

Sem conhecer, pensei que qualquer cidadão que sentasse naquelas mesas iria para comer angu. Ledo engado. Dos que vi, o meu era o único prato. De antemão fui com o pedido na ponta da língua, o Angu de carne de soja com ricota (Vegetariano) – R$11,00. Ao meu redor, uma horda de funcionários em horário de almoço pedia pratos mais sofisticados, alguns regados com cervejas mais elaboradas.

E assim veio numa travessa rasa sob o prato de alumínio o meu pedido. Ao primeiro olhar, para quem nunca comeu angu, era um mingau com ares de escondidinho, visto o recheio ao fundo. A temperatura da comida era refletida pela fumaça que saia do recipiente. Não gosto de nada muito quente: chocolate, café, chá e afins. Fui um balde de água fria. Não houve tempero que justificasse uma fama além da do pioneirismo na venda. Tradição que leva o local anualmente a participar do festival Comida de Buteco.

O Angu do Gomes é parte da história da informal cultura do Rio de Janeiro. O fato de o meu ser o único Angu à mesa, é reflexo que hoje o lugar é guardião desta história, mas é acima de tudo apenas um restaurante com comidas diversas, em que o Angu é trunfo de uma história, que como toda história, é parte do passado.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Flamengo que se vê na final da Libertadores 2012


Neste ano de 2012, no qual o Flamengo passa por mais uma de suas intermináveis crises – jogadores estrelas, altos e atrasados salários, um elenco com entrosamento zero, treinadores demitidos – tem destaque negativo a pífia campanha na Libertadores da América. A eliminação ainda na fase de grupos, se iguala ao pior desempenho de 2002, com a diferença que este grupo é muito caro que os três adversários juntos e tinha condições de ir mais adiante.

Neste mesmo torneio, o Corinthians chega a primeira final de sua história. Tem pinta de favorito, mesmo considerando que é o Boca Juniors, do outro lado, e o time joga bem, convence a quem o vê em campo. Vide a vitória sobre o Santos, atual campeão da América, de Neymar e cia, que pouco ameaçou os paulistanos na semifinal.

E, no atual elenco do Corinthians, podemos ver o Flamengo de anos recentes. Dos 14 que atuaram na primeira final contra o Boca, em Buenos Aires, três jogaram no rubro-negro: Alessandro, Liédson e Emérson.

O lateral-direito Alessandro é cria da Gávea, onde começou em 1997, e só saiu em 2003, após 142 jogos e 9 gols. Saiu porque faltava ao Flamengo planejamento sobre o elenco. Foi emprestado ao Palmeiras, e nunca mais voltou. Foi tricampeão carioca (1999,2000,2001) e da Copa dos Campeões (2001).

O atacante Liédson tem boa e rápida passagem pelo time em 2002, onde jogou ao lado de Alessandro em 18 jogos. Foram 15 gols em 29 jogos, e uma excelente média de 0,51 gol por partida. Saiu pela porta dos fundos, alegando que o Flamengo lhe devia dinheiro. Foi para a primeira passagem no Corinthians, de onde partiu para fazer a vida em Portugal.

O atacante Emérson surgiu do nada em 2009. Tinha feito a vida no Japão e no Oriente Médio. Era o sheik. Veio porque queria jogar no time do coração. Em pouco tempo conquistou a torcida. Foi campeão carioca e brasileiro em 2009. Fez 11 gols em 26 jogos. Foi comprado pelos árabes do Al-Ain, de Dubai, por 17 milhões de dólares.

Os três saíram por motivos diferentes. Certamente teriam seu espaço no elenco atual. Mas é difícil dizer que os três seriam titulares. De qualquer maneira, não deixa de ser interessante ver que o Flamengo tomou suas decisões, para o bem ou para o mal, e, na final da Libertadores de 2012, algumas delas estão campo.

sábado, 26 de maio de 2012

Papo Furado: prefeita de Campos, Rosinha Garotinho


Trecho da Entrevista da prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho, ao jornal O Dia, publicado no sábado, 26/05/2012.

"Acabamos com as filas de madrugada para marcação de consultas, que hoje é feita online no próprio posto de saúde."

A prefeita parece ainda não ter entendido o conceito da rede mundial de computadores. Ou a marcação de consulta é online, de qualquer lugar do planeta, via internet, ou ela é presencial, no posto de saúde. Agora, como o posto de saúde faz a marcação da consulta, que sistema ele usa, é outra história. A marcação é presencial para o cidadão que vai até o posto de saúde, agenda a consulta, e volta no futuro para fazê-la. Se online fosse, ele não precisaria ir duas vezes ao posto.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tupi no G4 Mineiro: Campeão do Interior

Nas ruas de Juiz de Fora, o torcedor já se permitir cantar "É campeão". Mesmo com a derrota, fora de casa, contra o desesperado Democrata, de Governador Valadares, por 2x1, o Tupi está praticamente consolidado entre os quatro primeiros do campeonato. O empate nos jogos da Caldense e Villa Nova selaram o positivo destino do Tupi que saiu de três derrotas seguidas no início do campeonato à consagração na vitória por 2x1 sobre o América de Belo Horizonte, com transmissão na tv aberta, em plena Sete Lagoas. A única ameça é o Nacional que precisa tirar a vantagem no saldo de 8 gols. Missão Difícil. Com isso, o galo carijó se prepara para receber o "parente" da capital, no próximo domingo. Em JF o clima é único, vai dar canja.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ainda há esperança: Tijuca 76x83 Flamengo (NBB - 28ºR)

Não deu para o Tijuca garantir, em quadra, na quinta-feira, contra o Flamengo a desejada classificação aos play-offs do NBB. Em casa, com grande torcida local, mas pouco barulhenta frente à horda adversária, em partida disputada, o rubro-negro venceu por 83x76, levando a melhor no primeiro e último quartos (23x27; 18x26). O Tijuca venceu o segundo e terceiro quartos (21x18; 14x12).

É complicado afirmar que tivessem os tijucanos melhorado aqui e ali poderiam ter vencido. A equipe da gávea é melhor, com jogadores em outro nível técnico. O Tijuca apresentou erros de precipitação de jogada, e algumas faltas bobas. Mas dizer que isso mudaria este jogo é outra coisa. Caberia durante a temporada. Houve muita reclamação quanto à arbitragem, supostamente, tendenciosa ao time grande. É uma analise perigosa, mas válida no calor do momento. O Tijuca se portou como time grande. Focado na vitória. Só que, ali, só isso não bastou. Mas guarda bons nomes como o pivô Rodrigo Bahia, que teve boa atuação, e o (ainda) promissor armador Gegê.

Agora resta aos tijucanos secar o Minas. Ambos com o mesmo número de vitórias, o Tijuca leva a melhor no confronto direto. O time de Belo Horizonte perdeu, nesta sexta-feira, fora de casa, para o Brasília. No domingo o jogo é contra o Bauru, em São Paulo, às 11h. A derrota significa a classificação para os cariocas. Ainda há esperança.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A última chance (Tijuca x Flamengo - NBB 28º Rodada)

Hoje, às 19h00, o templo do esporte carioca, a quadra do Tijuca Tênis Clube, recebe Flamengo x Tijuca, o clássico da cidade, pela última rodada do NBB, o campeonato brasileiro de basquete. O Flamengo em 4º, já está classificado para as quartas-de-final, enquanto o Tijuca, 13º, busca um lugar acima na tabela para garantir-se nas oitavas-de-final da competição.

O astro rubro-negro Marcelinho Machado não joga, ainda se recuperando de lesão na mão esquerda. Mesmo assim, o time da gávea é amplo favorito para o confronto, com 74% de aproveitamento. São 20 vitórias. Os cinco titulares devem ser: Fred, David Jackson, Duda, Kammerichs e Caio Torres. Completam: Teichmann, Hélio, Átila, Chris Hayes. Do esquadrão, Kammerichs estava em quadra no bronze olímpico argentino, em 2008, em Pequim, e no banco, o técnico Gonzalo Garcia era assistente de Sergio Hernández.

Com apenas 33% de aproveitamento (9 vitórias), o Tijuca, comandado pelo técnico Miguel Ângelo da Luz, joga a última carta da temporada. O time vem de derrota em casa, por apenas um ponto, numa virada nos instantes finais de jogo (76 x 77 Limeira). O ala-pivô Case já avisou, eles “vêm com tudo” para o jogo de logo mais. Os titulares: Gegê, Manteiguinha, Lima, Fernando Mineiro, Rodrigo Bahia. Completam: Case, Coloneze, Jefferson Sobral, Marcellus, Ricardinho.

Entre os torcedores há os rubro-negros que defendam o “entrega”, afinal o Flamengo não perde mais o quarto posto. E a eliminação precoce pode ser o fim do basquete tijucano. Lutando contra a falta de verbas, a classificação a fase final traria um ânimo extra na busca por patrocinadores. O tradicional clube carioca merece este posto.

Links:
Tijuca Basquete:

Flamengo Basquete:

NBB:

segunda-feira, 19 de março de 2012

Toffoli, Russomano, e as eleições paulistas

À época da estreia entre os onze guardiões da Constituição, o, hoje, ministro do STF, Dias Toffoli, causou reboliço em parte da sociedade. Havia questionamento sobre o seu “notório saber jurídico”. Incipiente obra literária, fraca carreira acadêmica e a tentativa frustrada de ingresso concursado na magistratura. Por outro lado, outro tipo de credencial chamava mais atenção: o histórico como advogado do PT. Mesmo partido do presidente que o catapultava a vitaliciedade no topo da pirâmide do Judiciário. A consequência é que há aqueles que policiam qualquer vírgula do ministro sob a injustiça premissa: ele está favorecendo os petistas.

Recentemente, em plenária, orelhas coçaram. O Supremo apreciava embargo de declaração sobre embargo de declaração do ex-deputado federal Celso Russomano (PRB-SP). A princípio se observou se era cabível a prorrogação de competência ao STF visto que o impetrante não é mais membro do Congresso Nacional. A maioria entendeu que não. Toffoli foi um dos poucos que entendeu em contrário, aplicaria a prorrogação de competência. De qualquer monta, a casa foi unânime que a matéria levantada já havia sido enfrentada, sendo inclusive desnecessário até mesmo o primeiro embargo, quanto mais o segundo. Até aí, tudo bem.

Quando já se seguia ao próximo julgado, Toffoli intercedeu. Ele requeria o registro do voto concedendo Habeas Corpus preventivo para o trancamento da Ação Penal em curso contra Russmano, algo sequer levantado. Toffoli relatou o primeiro embargo, Luiz Fux do segundo. Este ficou espantado com o voto do nobre colega. Trazia-se a baila uma interpretação única sobre a natureza da elementar do tipo penal. O ministro Ayres Britto interveio reafirmando – indiretamente – a estranheza quanto ao posicionamento, diga-se, benéfico a Russumano.

O ex-deputado é pré-candidato do PRB à prefeitura de São Paulo. A capital paulista vê-se numa nacionalizada campanha municipal. Lastreada na força de Lula, o PT lançou o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, ilustre desconhecido aos rincões de voto. No cenário contra o favorito José Serra (PSDB) toda ajuda é bem vinda. Inclusive o apoio do PRB, que, por isso, ganhou o ministério da Pesca e Aquicultura, a cargo do senador Marcelo Crivella (RJ). No vale tudo da política é estranho que justa e unicamente o ministro Toffoli vote pelo trancamento da ação penal, sequer em debate, do pré-candidato (bom de voto). Político que o partido ao qual era ligado quer muito o apoio na eleição que balançará a política nacional, inclusive, e principalmente, até quanto ao futuro presidente.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Selo de garantia de procedência às rochas fluminenses

Por mérito conjunto do governo do Estado, com a iniciativa privata, três rochas do Noroeste fluminense - Carijó, Madeira e Cinza - receberão a certificação DOC (Denominação de Origem Controlada), garantindo a exclusividade da qualidade do material rochoso único no mundo à região do Rio de Janeiro, pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual). Agora, a expectativa é elevar em até 70% o valor das pedras.

Na Cinelândia, espera de 60min pelo transporte público

Amigo do blog Rio Político esperou uma hora até conseguir entrar em um transporte público da Cinelândia até o Corte do Cantagalo, em Copacabana. Chegou a praça, no centro da cidade, às 22h20, a espera do ônibus da linha 128. Depois de 10 min, veio um da linha 125, que o faria andar mais até o destino final, então, preferiu esperar. Mais 10,15,20,30,40 minutos e nenhum outro ônibus com destino a Copacabana, Leblon... Nada! E olha que a lista é extensa: 121,123,125,127,128,132,177...

O jeito foi aceitar o Metrô e sua passagem extorsiva. Como não era o dia de sorte do camarada, ao chegar na estação, acabava de sair uma composição com destino a General Osório. Restou sentar, e esperar. Veio outro com destino a Botafogo, não o suficiente para quem quer para as bandas de Copacabana e além. Espera mais um pouco até, finalmente, conseguir entrar em um transporte público, uma hora depois da epopéia, até a estação Cantagalo, para quase meia-noite chegar em casa.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que comentar?

O que o carioca pode dizer sobre a aliança Cesar Maia (DEM) e Garotinho (PR), formalizado na tarde desta segunda-feira, no centro de convenção Sul-America (inaugurado na gestão de Maia)? É evidente que ambos estão preocupados, desesperados, com a força da máquina de Paes e Cabral.

Contra a reeleição de Paes (PMDB), levanta-se a chapa Rodrigo Maia/Clarissa Garotinho. Já em 2014, contra o indicado de Cabral, possivelmente o atual vice Pezão (PMDB), a nova coligação ventila a dobradinha Garotinho/Cesar Maia.

De qualquer maneira, para onde olhe, o carioca, o fluminense, não tem para onde correr. A aliança formalizou o tradicional vale-tudo da política e, deixa sem chão a lisura e a moralidade.

Subsídio para quê?

O valor da passagem das Barcas Rio-Niterói passará, nesta quinta-feira, de R$2,80 para R$4,50. 63% de aumento criminosamente aprovado pela Alerj, Assembleia Legislativa do Estado. A solução do governador, Sérgio Cabral, foi mandar a todos se inscreverem no programa "Bilhete Único", para quem tiver o cartão a passagem será de R$3,10. Fica, em oculto, para grande parte da população que os R$1,40 de diferença será pago pela população, subsidiado pelo governo. Como quem vai, sempre volta, serão R$2,80 de passagem a mais pagos com dinheiro públicos para abastecer o transporte público privatizado.

O Rio precisa debater se esta - o subsídio governamental - é a solução para um sistema de transporte público sobrecarregado, mal-adminstrado, privatizado.

> No início da tarde, desta terça-feira, foi decido pelo aumento do Metrô Rio, de R$3,10 para R$3,20. O novo valor entra em vigor no início de Abril.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O título da Inocentes de Belford Roxo

Desde os idos de 2011, já circulava o boato de que a Inocentes de Belford Roxo seria a campeã do carnaval do Grupo de Acesso, em 2012. Não deu outra, por boa diferença, ela levou o título, e o lugar no mais balado carnaval do mundo, o Grupo Especial do Rio de Janeiro.

O presidente da Inocentes, Reginaldo Gomes, também é presidente da Lesga (Liga da Escolas de Samba do Grupo de Acesso A e B), que comanda os desfiles e a apuração. A vitória gerou revolta no mundo do samba, abalado (como sempre) por suspeitas de fraude.

A prefeitura do Rio, através do presidente da RioTur, Antonio Pedro Figueira de Mello, revoltou-se, cortou relações com a Lesga, e não a reconhece como gestora do carnaval. O estopim foi a alegação de descumprimento de contrato entre as entidades. Antes da apuração, foi decidido, por unanimidade, entre as escolas fundadoras de Lesga, que não haveria rebaixamento para o Grupo B, pelo atraso no repasse de verbas pela prefeitura, e pelo desalojamento das escolas dos barracões pela obras do "Porto Maravilha".

Parece gritaria da prefeitura e é. Ou será que houvesse o rebaixamento ela estaria fazendo a gritaria? Ou será que agora ela vai forçar o rebaixamento neste carnaval? Ou será que Eduardo Paes vai solicitar as imagens do desfile ao SBT HD assistir em casa, ao lado do assessor Guaraná e de Antonio Pedro, e vão os três decidir o novo campeão?

Ou será que o fato de Reginaldo Gomes, vereador por Belford Roxo, querer se lançar a prefeito pelo PSDB tem alguma coisa haver? Afinal, irá atrapalhar os planos de reeleição de Alcides Rolim (PT), aliado - até segunda ordem - do PMDB do Cabral e Paes.

Confusão no carnaval sempre existiu. Sempre foi político. É só um novo capítulo. Igualmente, sem mocinho.

Realidade Carioca

É forte a campanha para o carioca utilizar transporte público. É forte a pressão para evitar o carro, principalmente sob o efeito do álcool, que é crime e foco da badalada Operação Lei Seca. Não é forte, entretanto, o eco no poder público e na mídia, do sofrimento e do grito diário da população pelas melhorias no transporte público. Do aumento das passagens, em 63%, o das barcas, de R$2,80 a R$4,50, mesmo subsidiado pelo governo, a caótica ausência de ônibus nas madrugadas são inúmeros os problemas.

Fato real: O sujeito pega um ônibus, linha 184, na rua das Laranjeiras até Copacabana, às 01h30 de domingo. O ônibus tem intervalo de meia em meia hora, a princípio. Paga a passagem de R$2,75. E, já na rua Barata Ribeiro, o veículo bate em grande desnível da pista, e quebra. Aos passageiros são dada duas soluções: continuar a pé, ou esperar o próximo - e distante - coletivo.

A questão é fazer o passageiro sofrer isto sabendo que a prefeitura deu o maior aumento nominal da passagem na história da cidade no início do ano (de R$2,50 para R$2,75), além de reduzir a aliquota do ISS das empresas de ônibus de 2% para 0,01%. Além disso, a Barata Ribeiro, recentemente, sofreu intervenção do Asfalto Listo, que visa justamente "levar melhorias à pavimentação", como descrito no site da secretaria municipal de Obras. Até última - e desatualizada - conta já foram mais R$476,3 milhões no projeto.

A disputa mais interessante de 2012

Às 05 horas da manhã, desta segunda-feira, 27 de fevereiro, o twitter de José Serra (PSDB) deu ar oficial ao que já se sabia desde o fim-de-semana, ele é pré-candidato a prefeitura de São Paulo. Agora  é para valer, foi nacionalizada a disputa pela capital paulista, do outro lado, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT).

A figura chave deste processo responde por Gilberto Kassab (PSD). Pouco conhecido do público, ele saiu de vice de Serra para prefeito reeleito, presidente do partido com 3º maior representação na Câmara, com 55 deputados federais. A candidatura de Serra traz o PSD de Kassab, que ensaiava aproximação ao PT.

O ex-presidente Lula vem com força apoiar Haddad, que não tem nome em São Paulo. Eles contam com a forte rejeição a Serra, que em 2006, apesar de dizeres contrários, renunciou a prefeitura para concorrer e vencer a disputa pelo Governo de São Paulo. A senadora Marta Suplicy, ex-prefeita 2001-2004, que queria a vaga petista, tende, agora, a aceitar a derrota interna e apoiar a candidatura de Haddad.

Tanto Haddad quanto Serra, ainda pendem de aprovação interna, se haverá ou não prévias. O PT tenta fugir do sistema de validação, e pretende lançar o nome de cima para baixo. No PDSB, as prévias parecem inevitáveis. Serra vai tentar a vaga contra José Anibal e Ricardo Trípoli. Outros dois pré-candidatos Bruno Covas e Andrea Matarazzo retiraram o nome após o anúncios de Serra. O Brasil aguarda ansioso o maior embate político do ano, que carrega rá conseqüências para a eleição presidencial de 2014. 

São Paulo é o grande bastião da oposição. Desde 1995, os tucanos controlam o governo do Estado, e desde 2005, costuram alianças para vitória na prefeitura. Perder a capital seria o símbolo da derrocada às ambições petistas.

Paes quer ser o dono do carnaval

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), iniciaram uma cruzada para afastar os líderes do jogo-do-bicho do carnaval carioca. Para aliciar a cúpula da agremiações, a prefeitura joga pesado, com o dinheiro do contribuinte. Desde a posse, em 2009, Paes já deu R$ 18,9 milhões dos cofres da prefeitura em reformas estruturais nas quadras de escolas. Além do R$ 1 milhão/ano cedido a cada agremiação do Grupo Especial, sob as mais diversas formas, a atual o Viradão do Momo, é alvo de investigação do Ministério Público Estadual.

Querem afastar o jogo do bicho, substituindo-o pelo financiamento maciço do poder público. 

A questão central é o uso de verbas públicas para o patrocínio de uma atividade privada, gerenciada pela iniciativa privada, com lucros voltados ao privado, a qual o acesso do público só é permitido através do pagamento de ingressos, seja ensaios nas quadras, seja o desfile no Sambódromo. Tem algo errado nisso.

Lista de Obras:
Construção de nova quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel. R$8,4 milhões
Revestimento Acústico no quadra da União da Ilha. R$5,3 milhões
Melhorias na quadra da Portela. R$3,1 milhões
Melhorias na quadra da Império Serrano. R$1 milhão
Melhorias na quadro do Salgueiro. R$998 mil

Fonte: Jornal O Globo, 26/01/2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pequena interrogação sobre o Resgate do Desabamento

Em operações deste porte, a busca por sobreviventes em meio as toneladas de entulho, a velocidade do trabalho é retardada por um detalhe: o não uso de maquinária pesada, isto porque as retroescavadeiras pressionam ainda mais os destroços reduzindo a possibilidade de sobreviventes. Na tragédia carioca vê-se o passeio indiscriminado de tais veículos, sem, ao menos, um comentário sobre a possível viabilidade deles. A quem crê que já se passou muito tempo (48h), vale lembrar que há caso de resgate após 16 dias. Em se tratando de vidas, cautela nunca é demais.

Os centavos da discórdia II

No anoitecer fui ao Extra, antigo Sendas, mesmo inferno, do Largo do Machado. Independe ao fato, das duas marcas serem do mesmo dono, o grupo Pão de Açúcar, traz a tona o ditado: mudança de fachada. As poucas opções continuam. Entendendo um pouco de distribuição percebe-se que é um mercado limitado, voltado para  classe C, como se ela tivesse um único padrão alimentar. São poucos caixas para o grande movimento, por ser o único da região, levando a grandes filas. A opção é o Zona Sul, da praça São Salvador.

A questão de momento é esta: o troco foi de 13,67. Quanto o caixa me retornou? R$13,65. Tive que perguntar se era uma orientação da gerência (maléfica) para arredondar para baixa o troco neste tipo de situação. A caixa murmurou alguma coisa. Disse que as moedas de um centavo não são mais feitas. Não vou discutir com ela. É pura perda de tempo no último quadro do organograma. De qualquer maneira, eis que, a mesma retira uma pequena bolsa. E dela cata duas moedas de um centavo. Sim, elas existem e estão escondidas para as pessoas chatas. Fico feliz de ser uma delas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A nova explosão de prédio no Rio

Assim como foi o Google, quem, pela primeira vez, organizou as linhas de transporte público no Rio de Janeiro e disponibilizou os dados para pesquisa, num projeto pioneiro, que teve apenas o apoio, atrasado, do governo do Estado, é da empresa americana a foto que soluciona o mistério que permeou, durantes horas, a versão oficial da prefeitura do Rio: quantos prédios desabaram na avenida 13 de maio, no centro da cidade?

A notícia é da Globo News, foram três prédios. A foto do Google Earth não deixa dúvida.


Tendo em vista a lei municipal que proíbe estacionamento, mesas de bares, e afins sobre calçadas com bueiros, descrito assim mesmo, de forma absurdamente genérica, do vereador Rubens Andrade (PSB) sancionada pelo alcaide Dudu (PMDB), com o segundo desabamento de prédio em quatro meses será que, seguindo a lógica dos diletantes homens-públicos, eles vão proibir prédios na cidade do Rio de Janeiro?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os centavos da discórdia

Segundo o Banco Central, há no Brasil, exatas 3 bilhões 190 milhões 853 mil e 399 moedas de um centavo em circulção. Apesar do número, o fato é que no comércio, no dia-a-dia do brasileiro, ela sumiu. O que não deveria, mas leva o consumidor, em algumas situações, a ter dor de cabeça com a má-fé na hora do troco.

Fui ao mercado Zona Sul, numa noite, em frente ao cinema Roxy, em Copacabana. Confesso que ainda me é estranho a multiplicidade de idiomas em um mercado, para mim, de bairro. Falta um Zé das 'Coves' para legitimar o ambiente. Noves fora, foi uma rápida compra de poucos itens. O valor foi baixo, e o troco de 58 centavos. Ao sair, vi em minhas mãos, três moedas no total de 55 centavos.

É claro, que o dinheiro em si é totalmente irrelevante, do ponto de vista do indivíduo. Pela corporação, entretanto, é totalmente reprovável. Fui até o gerente, que ao dispor do texto até o momento, me surpreendeu. Foi totalmente receptivo com a situação. Pediu, no que interpretei, sinceras desculpas. Disse que a orientação é para o caixa arredondar para cima, sem prejuízo ao operador / funcionário. Ele me deu os cinco centavos da discórdia. E novamente se desculpou. Ele pediu para ver a nota para ver quem foi que proferiu o erro. De verdade, não desejo pior a ninguém. Do ponto de vista, do cidadão, do consumidor, me sinto feliz por ter feito, o que para mim, é a coisa certa.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Yakissoba de Camarão

Olhar o relógio batendo 23h de domingo, com o estômago vazio, e não ter nem teia de aranha na cozinha, é chato. Sorte que o Panda's, na esquina da Xavier da Silveira com a Barata Ribeiro, dos chineses, entrega enquanto houver cliente. Das cozinhas alhures veio um razoável Yakissoba de Camarão (R$14,00). O macarrão chinês é o mais pedido da casa. Não figura entre os melhores da cidade, mas ajuda a fome. O tuque é pedir para vir com pouco legume, senão a cozinha carrega nos vegetais de origem desconhecida. Serve 1,5 pessoa. Isso mesmo. Serve 1,5 pessoa, ou duas mulheres. De qualquer maneira, vale a pena. Principalmente, domingo à noite.

Weltenburger Kloster Anno 1050

Após alguma reflexão vejo como positiva a iniciativa de cervejarias produzirem aqui (boas) marcas tradicionais lá de fora. Por mais que siga um rigoroso controle de qualidade, para manter o padrão e o nome que carregam, não é a mesma coisa (pelo menos no status da coisa) beber uma cerveja alemã, feita na Alemanha, e uma alemã, feita no Brasil. De qualquer maneira, é uma excelente ideia para driblar os hediondos impostos que pesam na importação, e deixam mais acessível o bom sabor cervejeiro.

Da cervejaria Petrópolis, a Weltenburger Kloster, tradição desde 1050, é uma Märzenbier. É uma cerveja bonita, espuma grossa, sabor marcante. Se soubesse descrever com detalhes técnicos o faria. Limito-me a dizer que é muito boa, e surpreendeu as minhas expectativas. Levando em conta o bom preço, em torno de R$5,00,  o latão, é um nome interessante, que sobressai, na atual (irritante) modinha cerveja.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Rodízio de Pizza

A promoção soava imperdível: rodízio de pizza para duas pessoas, com um refrigerante em lata para cada, no Leblon, por R$23,50. Agendamento feito, de cupom na mão, fui até o La Mamma, velho conhecido restaurante do tradicional bairro carioca. O lugar é simples, e tem atendimento atencioso. Do gerente (dono?) aos garçons são solícitos e, até, prontos para um bate-papo sobre os assuntos da cidade.

O restaurante guarda o ar dos anos que traz, de quando as pizzarias tinha poucos sabores, a cidade tinha poucas opções de comida. De uma época, na qual ir a um bar era tomar chopp com batata frita, porque não tinha nada além disso. É simples, rústica, caseira, se preferir. Não que pizza seja prato magro, mas a de lá, em especial, não funciona em dietas. É um lugar simples, que funciona com televisão ligada, com volume, ainda que baixo. Tem pouca variedade, mas tem um atendimento que agrada. É aconchegante no sentido, família, tem bom preço, mas é limitado no quesito comida. Faça a matemática para saber se vale a pena ir.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Filminho da Madrugada

Saw VI (2009), de Kevin Greutert (EUA)

Na eterna franquia de Saw (Jogos Mortais), fora da tela, um dos poucos nomes que perpassaram todos os capítulos foi de Kevin Greutert. Editor dos cinco primeiros filmes, ele estreia na direção neste longa. Toda esta introdução serve para dizer que o filme é igual aos outros: pessoas morrem, de formas cruéis, em supostos testes. E aí esta a grande desvirtuação deste episódio. O aprendiz de Jigsaw parece não ligar para a condução dos testes, antes meramente pessoais, para que o personagem mate qualquer um. O filme perdeu sua alma. Estou esperando a oitava versão, para quem, enfim Jigsaw possa dar um jeito em tudo.

Restaurante


Fui no Armazém do Chopp, na Marquês de Abrantes, no Flamengo. Um bom ponto, com ar condicionado, para fugir do calor do fim-de-semana. Pedimos um contra-filé à gaúcha (com farofa, fritas e linguiça). Pedimos arroz à piamontese em substituição ao tradicional branco (R$57,90). Houve uma certa confusão, rapidamente resolvida, quando o garçom disse que não havia a carne pedida, e sugeriu um filé, mais uma porção de batata frita (tal como um petisco) para fechar próximo ao que queríamos. É uma sugestão absurda pelo preço, vinte reais mais caro, e, pela quantidade estrondosa de batata. Ainda bem que o maitre, atento, desfez os achamentos e confirmou o prato inicialmente desejado. Vem bem servido, até três pessoas. O ambiente vale pelo recinto refrigerado, nada comum por aquelas bandas. O preço não é muito caro, nem barato. O atendimento estava quase lá. Mas tá valendo.


Para registar, a velha tradição de pizza em casa na despedida do fim-de-semana, a igualmente tradicional pizza de Muçarela, da Parmê (R$18). Não é nem de longe a melhor da casa. Vem aumentando de preço junto com a galopante inflação da alimentação fora-de-casa. É uma pizza pão, boba. Não vale a pena gastar por ela somente. Vale mais investir um pouco e levar algum sabor mais elaborado.

domingo, 15 de janeiro de 2012

UFC 142 na Globo

Ver o UFC na Globo me faz chorar por não ter mais o Combate. Fugindo das críticas bobas, é irritante ouvir o Galvão Bueno, que, claramente, não entende patavinas do riscado.  O convidado da vez, seja o Belfort, da primeira edição, seja o Anderson, na segunda, fica eclipsado pelo gigantismo da figura televisiva. É nos poucos momentos de fala deles que a transmissão ganha algum conteúdo. É urgente para a Globo, dar voz a quem entende. E, além do mais, é chato para caramba a auto-gabação do locutor que se deslumbrou com a expressão "gladiadores do terceiro milênio" repetia a exaustão. Aff...

Ontem, a Globo transmitiu três lutas do UFC 142, o segundo no Brasil (Rio), na era moderna. O card foi fraco. É inegável. O Touquinho é bom lutador, arranjaram um adversário fraco, Mike Massenzio, para fazer a terceira principal luta da noite.  Ele encaixou uma chave de tornozelo, num cara que tentou sair dela igual a um pato. 1:03 do 1º round

O Anthony Johnson, tinha ainda que provar muita coisa, agora tem mais ainda. Não bateu peso, não lutou forte, apesar de ter fechado o olho do Vitor Belfort, que ainda assim, venceu de forma tranquila com um mata-leão. 4:49 do 1º round.

Na única grande luta do dia, José Aldo manteve o cinturão contra o até então invicto Chad Mendes. O legal é que o Aldo queria esta luta. Era o cara que ele queria bater. O brasileiro estava super concentrado, achei um pouco tenso demais. Foi posto contra as cordas, se agarrou (ilegalmente) às grades para evitar uma perigosa queda, o que faz parte. Teve dificuldade até entrar em cena o estudo do adversário. Ele sabia que o Chad iria para suas pernas. Do nada, após rodopiar para sair da pressão, ele encaixou uma joelhada no americano que já estava se abaixando para o double-leg. No replay, dá para ver o Mendes, enquanto cai, se lamentando por ver que tinha perdido a luta. Foi levar mais um soco e o nocaute. 4:59 do 1º round. Grande luta!

Somada a luta do UFC 134, em outubro, do Anderson Silva contra Yushin Okami, são quatro combates exibidos pela Globo. Estranhamente, todos encerrados no primeiro round. Juntas, as lutas somam 12 minutos e 55 segundos. Menos que três rounds de uma luta normal. Deve ter patrocinador arrancando cabelo.

Praia

Pela terceira vez, em 45 dias, o programa do dia foi praia. Agora, em compensação pelas horas sob sol fortíssimo e água hiper-gelada, estou completamente atrasado no cronograma de estudo. Alvorada no domingão para correr atrás do tempo. No Projeto Verão Rio, uma tenda montada próximo ao posto 10, em Ipanema, várias regalias: empréstimo de barraca, cadeira, shiatsu, e vários tralalás. De tudo isso, aproveitei apenas a prova de sorvete. Não consigo lembrar a marca do gelado, uma espécie de raspadinha de gelo, sabor tangerina. De graça. Estava mais gostoso ainda. (Foto: OGlobo)

Bares

Em época de muita labuta e pouco dinheiro, não resta tempo para nada. Só dá para falar de comida, porque comer todo mundo come. Ou tenta bastante.

Área querida da cidade, na confluência entre a rua Alice e Laranjeiras, no antigo habitat da Tasca do Edgar, o Boteco Sonho Lindo segue o bom estilo do boteco carioca. É o bom e velho aconchego da rua, mesmo contando com um razoável salão interior. O pedido não pode ser outro casco de Boehmia (R$7) com porção de fritas com calabresa (R$15). A comida é sempre bem servida. Às vezes, em receitas, digamos, únicas. Veja o filé aperitivo à la strogonoff. Fez boa frente (literalmente) à Tasca, do outro lado da rua.



Em Copacabana, na esquina da Miguel Lemos com a Barata Ribeiro, a Lanchonete Papillon é menos ajeitado que o supracitado de Laranjeiras. Mas é amigo da boemia. E se é amigo da boêmios, é nosso amigo. Casco de Boehmia (R$6,50) e porção de Sardinha (R$12). Vieram sete, muito bom, porque o garçom disse eram seis. Ajuda o amigo alcoólatra é bem-vindo. Preciso de férias. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Esfiha e Pizza

Velha conhecida da população carioca, a Rostisseria Sirio Libanesa é a vedete de qualquer cidadão quando o assunto é esfiha (R$4). Talvez a mais conhecida, saboreada e desejada do nosso vilarejo. Há mais de quatro décadas na Galeria do Condor, no Largo do Machado, é o lugar para experimentar a cozinha árabe. Neste oportunidade, em delivery, fomos apenas da esfiha de queijo e outro de carne. Deliciosas como sempre.

Importada da terra da garoa, a pizzaria Bráz começa a fazer nome entre os beira-mar. Valendo-me, somente da opção entrega em domicílio, eleita pela Veja São Paulo como a melhor por lá, da filial Jardim Botânico, experimentei a dita cuja. O interessante é que, como bom analista, não me lembro o sabor. Diria Quatro Queijos (R$52,50). A massa é grossa e a borda gorda. É uma pizza com ar rústico. Nem por isso, ou por isso, seja tão interessante.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Burger King ganha terreno: Whopper com Queijo

A chegada de novas cadeias de fast-food ao Brasil infantilizaram o McDonald's, que se limita, por aqui, a sanduíches, em geral, pequenos. O Burger King, por outro lado, aposta no poder do consumidor. É mais caro, e, em troca, apresenta sanduíches graúdos, excelentes para a hora do almoço. No restaurante da rua São José, no Centro, no mais próximo ao estilo norte-americano, é oferecido o refil do refrigerante até 30 minutos após a compra. Pedimos o Whopper com Queijo, batata grande e refrigerante médio (R$19,90). O combo vale o preço. O sujeito sai satisfeito. Até porque enquanto o McDonald's patina na qualidade das batatas mecanicamente fritas, o Burger King até o momento vai tranquilo. O Whopper é um clássico. Longe de ser a maior opção, é bem servido, com boa dose de recheio e molho. Deixa o Big Mac no escanteio. O tio Ronald agora aposta no interior, onde as opções ainda são limitadas. No grande centro, não tem como fugir da receita: importar os grandes sanduíches dos states, para a alegria da galera. Queremos o Angus Mushroom & Swiss!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Estréia Não-Oficial do Carnaval de Rua + CCBB/Índia

A estreia "não-oficial" do carnaval de rua levou muita gente, no indefinido mesmo, até a praça XV. Meio mundo dos blocos marcaram presença. Ainda assim, num clima de tranquilidade, valia mais a empolgação do momento que a presença musical no ambiente. Pairava uma certa confusão sobre onde está "wally". Não era a qualquer momento que se identificava um bloco na área. O que ajudou a criar o tradicional grupo de pessoas "ao redor". Vão para beber e papear, não necessariamente ver o que está acontecendo. Ajuda no tumulto, não na empolgação. Mas valeu, percorreu-se as ruas do Baixo Centro ao som de marchinhas, valendo um mega coro debaixo da romântica Perimetral. Foi o ponta-pé inicial. Havia muita gente vendendo cerveja e comida. Que é bom. Só não falaram para o Dudu providenciar um banheiro químico. Não tinha nenhum!

Na levada, não faltou quem desse uma passadinha no CCBB, nem que seja para ir ao banheiro. Lá estando, muitos prestigiaram a exposição sobre a Índia. Inclusive Silvia Pfeifer, que não estava nos blocos, mas estava por lá, descansando de fazer brownies, novo empreendimento da atriz. Mesmo abrangente, não acho que incorporei muita coisa sobre a cultura estrangeira. Não sei, fica para a próxima. Ou não. A Índia tem cultura milenar, rica, mas não embarquei na idéia. É um país cujos problemas me soam mais elucidativos sob o verdadeiro panorama local.

Cachoeira das Grutas

Antes da entrada do Parque Nacional da Tijuca, no Horto, começa a rápida trilha (15 minutos) até a cachoeira da Gruta, que margeia e cruza o rio Archer. Lá, numa pequena gruta, de 2 metros de extensão, caem duas paredes d'água. A primeira mais fina, a segunda mais intensa, onde ao final, fica-se encurralado no escuro sob a pressão da queda d'água. É um misto de leve apreensão com o deslumbramento da composição (até onde se sabe) natural. Fomos além, rio acima, para explorar o curso d'água. Com leves subidas sobre a formação rochosa, em menos de 10 minutos, é possível estar completamente distante da movimentação dos banhistas. Cercado pela mata, sente-se a força da floresta, que mesmo fruto de reflorestamento, caminha com pernas próprias, exibindo o potencial da natureza. Na volta, levamos um fruto do local, uma jaca. Ainda  que a jaca, em si, seja nativa do Sudoeste Asiático, no Rio ela vai muito bem, obrigado, por todos os cantos.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Bailes da Alice, Casa Rosa

Cerveja liberada. Talvez este seja o maior chamariz da humanidade. Nos Bailes da Alice, as sextas-feira na Casa Rosa, o mote vale das 23h (abertura) até às 02h, considerando a entrada de 40 reais. A dita cuja é servida em copos de 300ml saídos de gelados latões de Antártica. Como bom pobre, estava contando em dois reais cada copo. Como bom bêbado, eu perdi a conta. Acho que fui até uns 23 reais. Teve um só pela metade.

O som estava a cargo do Bloco Toca Pra Mim. Agora, refletindo acho que eles tocaram bem rapidinho. Era um som legal. Mas não durou muito. O DJ, acho que, ZédoRoque tocou algumas esquisitices, acho que para mostrar que entende de música. Isto tem muito na noite, djs que tocam coisas chatas para mostrar que estão estudando música por aí. Cara, toca o clássico. Se você descobrir algo muito bom. Toca isso também. Se não, deixa quieto no silêncio do anonimato.

A Casa Rosa é legal, mas estava para baixo por causa da chuva que insiste em marcar presenças, nos finais-de-semana, do Rio de Janeiro. Agora, cerveja liberada dá uma aliviada em tudo.

Um dia no Morro dos Cabritos

Subir uma ladeira de carro, não é nada. Subir a mesma extensa rua, a pé, com uma bicicleta a tiracolo, é outra história. Foi ali, subindo a rua Sacopã, na Lagoa, que do outro lado do monte, fica a Comunidade dos Cabritos,  no morro de mesmo nome. Queria subir ao topo dele. O caminho existe, mas a mata está fechada. Não achei prudente continuar sozinho, pela trilha desconhecida.

Da última casa da comunidade, a Rose, moradora hiper-solícita, dona de quatro cachorros, mostra ao visitante por onde continuar até uma canaleta que segura as águas da chuva. É uma subida rápida, coisa de cinco minutos, mas o mato esta cada vez mais intenso. De lá, é possível avistar a Lagoa, o Corcovado (de pertinho), Copacabana, Botafogo. É um ponto bem interessante. Que vale a volta para ir até o topo do Morro dos Cabritos.

Uma vez na comunidade, quis comer por lá mesmo, parei no Bar Maysa e Furtado. O prato do dia era Costela com Agrião (R$7). De cara, fui surpreendido com um azeite para as saladas. Mas não era um qualquer, era um 0,4%. Não é em qualquer lugar do asfalto que se vê tamanho cuidado no tempero. O prato vem cavalarmente bem servido. Um pratinho auxilar para os vegetais e afins: alface, tomate, cenoura e cebola, que ganharam a companhia do agrião, para fazer uma entrada verde. O prato principal vem transbordando. Arroz, feijão, macarrão, batata e a costela. É uma bomba deliciosa. A costela estava derretendo, bem macia. Aquilo é que é cozinha caprichada. Tudo regado por um gelado casco de Cintra (R$2,20).

Na volta, pela mesma rua da subida, valeu um downhill pelo calçamento de paralelepípedo. Cool!

Filmezinho

Love Happens (2009), de Brandon Camp (EUA)

Chega a ser surpreendente entregar nas mãos de Brandon Camp, um diretor iniciante, 18 milhões de dólares. Num país mestre em comédias românticas, com excelentes títulos anualmente, esta é a ovelha negra. Muito chato. Sorte dos produtores terem feito (bastante) lucro baseados em dois atores de peso: o bom Aaron Eckhart (a quem falta sorte para produções melhores), e a chata Jennifer Aniston (que se firma como atriz de um papel só). Quem puder não ver, não veja. Não vale o tempo, dinheiro, a experiência.

Visto no Telecine Play

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Aí meu bolso: cortei o cabelo

Não é comum na minha rotina fazer barba e cortar cabelo. Tinha passado da hora. Queria para hoje. Peguei a dica de um lugar perto do metrô Cantagalo, em Copacabana. O conjunto ia sair R$25. Só que, quando fui, o profissional estava em horário de almoço. Avistei um outro salão do outro lado da rua Barata Ribeiro. Um pouco melhor, mas nada demais. Não seria mais caro que o Red Salon (R$75) onde fui duas vezes sem gostar muito.

Perguntei se faziam barba, a atendente disse que, naquela hora, não. Quando um homem me perguntou como queria e disse que faria ele mesmo. Ótimo. Aparada a barba, perguntei se cortaria o cabelo. Sim. Perfeito. A pessoa tinha boa mão. Parecia saber o que estava fazendo. Foi rápido. Perguntei pelo nome e ele respondeu Matos. O nome do local é Matos Cabeleireiros. A surpresa veio na hora de pagar. R$80!!! Não aceitam nem crédito. No Red Salon pelo menos tem telas com esportes radicais, revistas, cerveja. Aí, meu bolso. Olhando agora no espelho, não está tudo alinhado. Eu tenho que voltar a ir nestes lugares com a minha mãe.

Dois pastéis e um casco

O Adega da Praça, na Praça São Salvador, em Laranjeiras, é o boteco como todo boteco deveria ser. Tem excelente preços, cervejas geladas e pratos fartos. Enquanto esperava o pedido, vi um grupo sendo servido um prato-feito muito bem caprichado, um belo pedaço de carne e batata-frita transbordando. Perguntei o que era e me espantei que havia custado meros R$8!

Peguei dois pastéis apenas. O de camarão e o de carne-seca (R$2,50). Me lembrou dos áureos tempo do Bar do Adão, na Grajaú. A única certeza é que tenho que voltar para pegar aquele prato-feito. A São Salvador vem se firmando como o point de uma cidade que quer ser simples, musical, amiga. Legal!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Filme e Cupcake

The Chronicles of Narnia: The Voyage of The Dawn Treader (2010), de Michael Apted (EUA)

Último filme da trilogia de Nárnia, tem no roteiro uma fórmula batida e de sucesso: casal protagonista - no caso, os irmãos - e um coadjuvante trapalhão - o primo. Mesma linha, por exemplo, dos filmes "Mummy" e "National Treasure". Voltado ao público infanto-juvenil tem bons efeitos especiais, e um belo final. Mesmo que no caso aponte a possibilidade do quarto filme. É interessante notar que Hollywood apostou alto, bancando os cerca de U$ 150 milhões para a obra, que arrecado, em bilheteria, mais de U$ 415 milhões. Cinema não conhece crise.
(Visto no Telecine Play)


Levei para viagem o Cupcake de Tomate Seco (algo em torno de R$5,50-R$6,00) da Cups $ Co, em Ipanema. É bobinho. Talvez não seja o sabor especialidade da casa. Por ele, certamente, não vale a ida até o local. É um bolinho com gosto de queijo, recheado com pedaços de tomate seco. Se existe algo mais elaborado no salgado, meu paladar limitado não detectou. É pequeno, deixa uma vontade de comer mais um. Mas combinando preço-sabor, é necessário incrementar mais para valer elogios.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Irresponsável aumento de passagem no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro amanheceu no primeiro dia útil de 2012 com espanto. A tarifa de ônibus municipal teve o maior aumento da história. Foi reajustada em 10%, saltando de R$2,50 para R$2,75. Como quem vai, também volta, são R$5,50 diários para o deslocamento pela cidade.

O prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) tem uma gestão completamente desastrada junto às empresas de ônibus. Ele alardeou que fez a primeira licitação sobre o tema do município. Ganharam a disputa, 40 das 47 empresas já atuantes no mercado. Em contrapartida de modernizar a frota, levaram um desconto assombroso no Imposto Sobre Serviço (ISS) de 2% para 0,01%. Se antes a cada R$50 arrecadados, eles tinham que pagar um real de imposto, agora a obrigação é de meio centavo. Na introdução do sistema BRS, que visa melhorar o trânsito, ele concluiu que havia muitos ônibus nas ruas, as empresas deveriam reduzir o número da frota.
.
A resolução no Diário Oficial que regulamentou o aumento também definiu a data para o reajuste anual de tarifa. É um artigo que dá medo, por que induz que sempre haverá aumento. Que é impossível uma gestão eficiente, a tal ponto de não haver inflação, quem sabe até redução da passagem. Enquanto isso, a prefeitura continua em silêncio sobre o ônibus no qual o motorista dirige e é o trocador. Ainda em 2007, este veículo atropelou 4 ciclistas, matando três. No intenso trânsito do Rio, a economia às empresas é o símbolo da nossa tragédia.
.
A prefeitura criou o Bilhete Único para pegar dois ônibus pelo preço de uma passagem. Na época, o prefeito disse que população tinha que mudar de mentalidade. Que ele sempre ouvia pedidos de linhas de todos os locais para todos os bairros. Que isso era impossível, que a população tinha que apreender a fazer a baldeação. O que ninguém perguntou ao mandatário era o que a população fazia antes de ter que mudar de mentalidade se não pegar dois / três ônibus para chegar ao destino. Ninguém usava carro oficial, helicóptero ou táxi.

Resumindo, no tocante as empresas de ônibus, o prefeito licitou às empresas 20 anos de uso das linhas, praticamente aboliu a cobrança de imposto, obrigou a redução da frota e, em três anos, aumentou a tarifa em 25%, num mar de insensibilidade ao cotidiano da população. O contribuinte perdeu dinheiro e paga mais caro por isso. Qual a vantagem deste Robin Hood às avessas?