quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Selo de garantia de procedência às rochas fluminenses

Por mérito conjunto do governo do Estado, com a iniciativa privata, três rochas do Noroeste fluminense - Carijó, Madeira e Cinza - receberão a certificação DOC (Denominação de Origem Controlada), garantindo a exclusividade da qualidade do material rochoso único no mundo à região do Rio de Janeiro, pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual). Agora, a expectativa é elevar em até 70% o valor das pedras.

Na Cinelândia, espera de 60min pelo transporte público

Amigo do blog Rio Político esperou uma hora até conseguir entrar em um transporte público da Cinelândia até o Corte do Cantagalo, em Copacabana. Chegou a praça, no centro da cidade, às 22h20, a espera do ônibus da linha 128. Depois de 10 min, veio um da linha 125, que o faria andar mais até o destino final, então, preferiu esperar. Mais 10,15,20,30,40 minutos e nenhum outro ônibus com destino a Copacabana, Leblon... Nada! E olha que a lista é extensa: 121,123,125,127,128,132,177...

O jeito foi aceitar o Metrô e sua passagem extorsiva. Como não era o dia de sorte do camarada, ao chegar na estação, acabava de sair uma composição com destino a General Osório. Restou sentar, e esperar. Veio outro com destino a Botafogo, não o suficiente para quem quer para as bandas de Copacabana e além. Espera mais um pouco até, finalmente, conseguir entrar em um transporte público, uma hora depois da epopéia, até a estação Cantagalo, para quase meia-noite chegar em casa.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que comentar?

O que o carioca pode dizer sobre a aliança Cesar Maia (DEM) e Garotinho (PR), formalizado na tarde desta segunda-feira, no centro de convenção Sul-America (inaugurado na gestão de Maia)? É evidente que ambos estão preocupados, desesperados, com a força da máquina de Paes e Cabral.

Contra a reeleição de Paes (PMDB), levanta-se a chapa Rodrigo Maia/Clarissa Garotinho. Já em 2014, contra o indicado de Cabral, possivelmente o atual vice Pezão (PMDB), a nova coligação ventila a dobradinha Garotinho/Cesar Maia.

De qualquer maneira, para onde olhe, o carioca, o fluminense, não tem para onde correr. A aliança formalizou o tradicional vale-tudo da política e, deixa sem chão a lisura e a moralidade.

Subsídio para quê?

O valor da passagem das Barcas Rio-Niterói passará, nesta quinta-feira, de R$2,80 para R$4,50. 63% de aumento criminosamente aprovado pela Alerj, Assembleia Legislativa do Estado. A solução do governador, Sérgio Cabral, foi mandar a todos se inscreverem no programa "Bilhete Único", para quem tiver o cartão a passagem será de R$3,10. Fica, em oculto, para grande parte da população que os R$1,40 de diferença será pago pela população, subsidiado pelo governo. Como quem vai, sempre volta, serão R$2,80 de passagem a mais pagos com dinheiro públicos para abastecer o transporte público privatizado.

O Rio precisa debater se esta - o subsídio governamental - é a solução para um sistema de transporte público sobrecarregado, mal-adminstrado, privatizado.

> No início da tarde, desta terça-feira, foi decido pelo aumento do Metrô Rio, de R$3,10 para R$3,20. O novo valor entra em vigor no início de Abril.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O título da Inocentes de Belford Roxo

Desde os idos de 2011, já circulava o boato de que a Inocentes de Belford Roxo seria a campeã do carnaval do Grupo de Acesso, em 2012. Não deu outra, por boa diferença, ela levou o título, e o lugar no mais balado carnaval do mundo, o Grupo Especial do Rio de Janeiro.

O presidente da Inocentes, Reginaldo Gomes, também é presidente da Lesga (Liga da Escolas de Samba do Grupo de Acesso A e B), que comanda os desfiles e a apuração. A vitória gerou revolta no mundo do samba, abalado (como sempre) por suspeitas de fraude.

A prefeitura do Rio, através do presidente da RioTur, Antonio Pedro Figueira de Mello, revoltou-se, cortou relações com a Lesga, e não a reconhece como gestora do carnaval. O estopim foi a alegação de descumprimento de contrato entre as entidades. Antes da apuração, foi decidido, por unanimidade, entre as escolas fundadoras de Lesga, que não haveria rebaixamento para o Grupo B, pelo atraso no repasse de verbas pela prefeitura, e pelo desalojamento das escolas dos barracões pela obras do "Porto Maravilha".

Parece gritaria da prefeitura e é. Ou será que houvesse o rebaixamento ela estaria fazendo a gritaria? Ou será que agora ela vai forçar o rebaixamento neste carnaval? Ou será que Eduardo Paes vai solicitar as imagens do desfile ao SBT HD assistir em casa, ao lado do assessor Guaraná e de Antonio Pedro, e vão os três decidir o novo campeão?

Ou será que o fato de Reginaldo Gomes, vereador por Belford Roxo, querer se lançar a prefeito pelo PSDB tem alguma coisa haver? Afinal, irá atrapalhar os planos de reeleição de Alcides Rolim (PT), aliado - até segunda ordem - do PMDB do Cabral e Paes.

Confusão no carnaval sempre existiu. Sempre foi político. É só um novo capítulo. Igualmente, sem mocinho.

Realidade Carioca

É forte a campanha para o carioca utilizar transporte público. É forte a pressão para evitar o carro, principalmente sob o efeito do álcool, que é crime e foco da badalada Operação Lei Seca. Não é forte, entretanto, o eco no poder público e na mídia, do sofrimento e do grito diário da população pelas melhorias no transporte público. Do aumento das passagens, em 63%, o das barcas, de R$2,80 a R$4,50, mesmo subsidiado pelo governo, a caótica ausência de ônibus nas madrugadas são inúmeros os problemas.

Fato real: O sujeito pega um ônibus, linha 184, na rua das Laranjeiras até Copacabana, às 01h30 de domingo. O ônibus tem intervalo de meia em meia hora, a princípio. Paga a passagem de R$2,75. E, já na rua Barata Ribeiro, o veículo bate em grande desnível da pista, e quebra. Aos passageiros são dada duas soluções: continuar a pé, ou esperar o próximo - e distante - coletivo.

A questão é fazer o passageiro sofrer isto sabendo que a prefeitura deu o maior aumento nominal da passagem na história da cidade no início do ano (de R$2,50 para R$2,75), além de reduzir a aliquota do ISS das empresas de ônibus de 2% para 0,01%. Além disso, a Barata Ribeiro, recentemente, sofreu intervenção do Asfalto Listo, que visa justamente "levar melhorias à pavimentação", como descrito no site da secretaria municipal de Obras. Até última - e desatualizada - conta já foram mais R$476,3 milhões no projeto.

A disputa mais interessante de 2012

Às 05 horas da manhã, desta segunda-feira, 27 de fevereiro, o twitter de José Serra (PSDB) deu ar oficial ao que já se sabia desde o fim-de-semana, ele é pré-candidato a prefeitura de São Paulo. Agora  é para valer, foi nacionalizada a disputa pela capital paulista, do outro lado, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT).

A figura chave deste processo responde por Gilberto Kassab (PSD). Pouco conhecido do público, ele saiu de vice de Serra para prefeito reeleito, presidente do partido com 3º maior representação na Câmara, com 55 deputados federais. A candidatura de Serra traz o PSD de Kassab, que ensaiava aproximação ao PT.

O ex-presidente Lula vem com força apoiar Haddad, que não tem nome em São Paulo. Eles contam com a forte rejeição a Serra, que em 2006, apesar de dizeres contrários, renunciou a prefeitura para concorrer e vencer a disputa pelo Governo de São Paulo. A senadora Marta Suplicy, ex-prefeita 2001-2004, que queria a vaga petista, tende, agora, a aceitar a derrota interna e apoiar a candidatura de Haddad.

Tanto Haddad quanto Serra, ainda pendem de aprovação interna, se haverá ou não prévias. O PT tenta fugir do sistema de validação, e pretende lançar o nome de cima para baixo. No PDSB, as prévias parecem inevitáveis. Serra vai tentar a vaga contra José Anibal e Ricardo Trípoli. Outros dois pré-candidatos Bruno Covas e Andrea Matarazzo retiraram o nome após o anúncios de Serra. O Brasil aguarda ansioso o maior embate político do ano, que carrega rá conseqüências para a eleição presidencial de 2014. 

São Paulo é o grande bastião da oposição. Desde 1995, os tucanos controlam o governo do Estado, e desde 2005, costuram alianças para vitória na prefeitura. Perder a capital seria o símbolo da derrocada às ambições petistas.

Paes quer ser o dono do carnaval

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), iniciaram uma cruzada para afastar os líderes do jogo-do-bicho do carnaval carioca. Para aliciar a cúpula da agremiações, a prefeitura joga pesado, com o dinheiro do contribuinte. Desde a posse, em 2009, Paes já deu R$ 18,9 milhões dos cofres da prefeitura em reformas estruturais nas quadras de escolas. Além do R$ 1 milhão/ano cedido a cada agremiação do Grupo Especial, sob as mais diversas formas, a atual o Viradão do Momo, é alvo de investigação do Ministério Público Estadual.

Querem afastar o jogo do bicho, substituindo-o pelo financiamento maciço do poder público. 

A questão central é o uso de verbas públicas para o patrocínio de uma atividade privada, gerenciada pela iniciativa privada, com lucros voltados ao privado, a qual o acesso do público só é permitido através do pagamento de ingressos, seja ensaios nas quadras, seja o desfile no Sambódromo. Tem algo errado nisso.

Lista de Obras:
Construção de nova quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel. R$8,4 milhões
Revestimento Acústico no quadra da União da Ilha. R$5,3 milhões
Melhorias na quadra da Portela. R$3,1 milhões
Melhorias na quadra da Império Serrano. R$1 milhão
Melhorias na quadro do Salgueiro. R$998 mil

Fonte: Jornal O Globo, 26/01/2012