sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O dia do quase ataque americano ao Brasil

Fernando Henrique em seu livro Cartas a um Jovem Político (Alegro, 2006, 194 páginas) diz que não se deve julgar uma pessoa por seus pensamentos, mas por seus atos. A despeito das considerações do ex-presidente, faremos o oposto: vamos avaliar alguém pelos pensamentos. Não como crítica, mas como observação às intenções do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e do quanto podemos julgá-los por estas.

O jornalista Seymour Hersh, ganhador do Pulitzer, revela no livro Cadeia de Comando (Ediouro, 2004, 398 páginas) a história do quase ataque americano ao Brasil. O ano era 2001, e os Estados Unidos acabavam de sofrer seu maior atentado terrorista. O secretário de Defesa Donald Rumsfeld, alguns dias após o fatídico 11 de setembro, pede ao general Charles Holland uma lista de alvos terroristas para retaliação imediata. “O general retornou duas semanas mais tarde com quatro possíveis alvos – fortalezas islâmicas suspeitas na Somália, Mauritânia, Filipinas e na Tríplice Fronteira, ponto onde se encontram Brasil, Paraguai e Argentina. Mas o general também disse a Rumsfeld que um ataque imediato não era possível, porque os militares não possuíam ‘inteligência acionável’ nos alvos propostos, de acordo com um consultor de Defesa. (...) Nos meses seguintes, ‘inteligência acionável’ transformou-se numa máxima ridícula entre os oficiais civis do Pentágono”.

Livramos-nos por pouco.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Como Hugo Chávez tentou matar meu irmão. O medo na ditadura venezuelana.

Após a tentativa de golpe contra Hugo Chávez, em 2002, se intensificou a cassada a oposição. A divagante liberdade de protesto fora cessada. O medo fora instalado no país. A história a seguir é de uma refugiada venezuelana – que prefere manter o anonimato – no Rio de Janeiro ao PAPO DE POLÍTICA.

Já em solo brasileiro, ela soube da invasão a casa de seus pais em Caracas, em 2003. Por volta das cinco da manhã, três homens armados invadiram o condômino fechado onde viviam e dominaram os seguranças. O pai que saia para fazer sua caminha matinal foi identificado e amordaçado. Os homens o levaram a sua casa onde perguntaram por seu filho, então com 22 anos. Identificado, ele e sua mãe foram acordados e os três amarrados na sala. Um dos homens pegou sua arma e apontou para a cabeça do filho. Ele apertou o gatilho. A arma falhou. O recado estava dado. O filho havia participado de manifestações anti-chavistas nos dias anteriores. A família, com medo, não denunciou e engoliu a seco a tentativa de assassinato. O rapaz, com medo, nunca mais voltou a falar publicamente sobre política. Hoje, Caracas parece ser uma cidade mais amena. Ela na verdade vive sobre a sombra do medo da delação e da perseguição de Hugo Chavez.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

EUA: "Democracia Branca, Insular e Estreita"

PhD em política por Harvard, Roberta Johnson, professora da Universidade de São Francisco (UCF) em palestra às cabeças do Centro Brasileiro de Estudos de Relações Internacionais (CEBRI), disse que a democracia americana pré-Obama era Branca, Insular e Estreita. Para ela, o sistema político dos Estados Unidos guardava características da influência britânica do tempo das 13 colônias. A professora considerou a campanha do democrata Barack Obama “inclusiva”, uma ruptura às marcas anteriores.

Ela questionou: “porque um desconhecido homem negro com apenas dois anos de Senado ganhou a presidência de um experiente senador branco reconhecido herói de guerra?” Sua resposta: enquanto Obama personificava a idéia de mudança a um país estagnado, John McCain se atolava na conexão inevitável com o presidente George W. Bush. Roberta, contudo, lembrou que se os republicanos votassem em peso semelhante às eleições de 2000 e 2004, o resultado da eleição poderia ter sido diferente.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cesar Maia fiscalizará governo Lula em 2009

Após a reeleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva, o prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia lançou o Shadow Cabinet (Gabinete Secreto), uma estrutura paralela aos ministérios oficiais para fiscalizar as atividades do governo. Passados mais de dois anos, Cesar não voltou mais ao assunto. Há cerca de duas semanas quando inquirido pelo PAPO DE POLÍTICA sobre o gabinete, Cesar Maia foi categórico e afirmou que a idéia ganhará força a partir de 2009.

Faltando quarenta dias para o fim do governo frente à cidade, no qual acumulará doze anos de mandato, especula-se sobre seu futuro político. No histórico, ele já aventou a candidatura a presidência em 2006 e tem uma derrota na disputa pelo governo do Estado em 1998. O mais provável é que concorra a uma das duas vagas ao Senado em 2010. Até lá serão dois anos jogando nos bastidores.