segunda-feira, 27 de junho de 2011

Breves Relatos Cinematográficos das Últimas Semanas (BReCÚS)

Joueuse (FRA/2009), de Caroline Bottaro. Com Sandrine Bonnaire e Kevin Kline
Ø  Um drama sob a pacata vida de uma dona-de-casa. Uhnn, não sai de cima do muro. Não decola na narrativa. Nem cativa pela personagem. Vê-se sem entusiasmo.
  
Vénus Noire (FRA/2010), de Abdellatif Kechiche. Com Yahima Torres, Oliver Gourmet
Ø  Excessivamente longo. Duas horas e meia. Menos 60 minutos a conversa seria outra. Impressiona a entrega de Yahima a uma personagem tão depreciada. Não veja

Mamonas pra Sempre (BRA/2011), de Cláudio Kahs.
Ø  Um gostoso documentário sobre a vida da banda que marcou uma geração. É simples, sem devaneios narrativos, mas cumpre seu papel. Atraí jovens.

Source Code (EUA/2011), de Duncan Jones. Com Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan.
Ø  Ficção científica interessante. Vende o peixe. Pipoca tranqüila.

Vespeiro: o atropelo constitucional do STF na união homoafetiva.

Não se trata de ser a favor ou contra a união estável entre pessoas do mesmo sexo ou até mesmo a admissibilidade da adoção por estes casais (idéia que este DIARIOS00 aplaude). Trata-se de uma questão sobre a harmonia entre os poderes. Da discussão da função do Judiciário e do Legislativo. Ao primeiro cabe zelar pelo cumprimento da lei, ao segundo, da elaboração da lei.

A Constituição Federal de 1988 é clara.

Capítulo VII – Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idosos:
Art 226, III: para efeitos da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Este inciso é regulado pela Lei 9.278/96:
Art1: É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família.

É gritantemente claro que a lei fala de UM homem com UMA mulher tão somente. É inadmissível ao STF ler o que não está escrito. Interpretar ao sabor do vento que vale homem com homem, mulher com mulher. Para isto ocorrer é necessário um novo texto jurídico. Uma emenda constitucional que altere o texto da Carta Magma. Uma lei que altere o art1 da lei 9.278/96.

Ser a favor de uma posição não pode, não deve, nunca, significar atropelar os ritos legislativos em prol de um ponto de vista. Isto não condiz com a democracia, é um passo de estado autoritário.

Impressões via site da central telefônica "1746" da prefeitura do Rio

A prefeitura do Rio de Janeiro criou uma central de tele-atendimento 24 horas, com o intuito de ser única a todos os serviços do governo, o 1746. E inovou listando na internet todos os serviços passíveis de serem solicitados pelo número determinando o prazo para atendimento.

Tendo em vista operações análogas da Secretária Municipal de Transporte (SMTR) achei ser possível reclamar do crime de extorsão por “flanelinhas”. Na Rua Martins Ribeiro, no Flamengo, eles chegaram, “como nunca antes na história deste país”, há um ano. Fixaram residência. Dentre as atividades numeras pelo site do 1746 não é possível reclamar disto. É um caso, então, somente para a Polícia Militar. Ok, então.

Mas o portal indica que é possível reclamar, por ele, de animais presos em cativeiro. Faz parte das atividades da “patrulha ambiental”. Só me pareceu um pouco exagerado o prazo fornecido: 45 dias. Quer dizer, o cidadão vê um bicho preso em um lugar qualquer, reclama, e somente após um mês e meio é que alguém vai lá fazer a primeira avaliação da situação? É melhor dizer que não faz isto também. Ou finge que consegue fazer antes. Agora 45 dias é um exagero, um absurdo.

Agora, dentre todos, o meu favorito é a “fiscalização de incêndio florestal”: 7 dias. Acho que nem precisa comentar. É piada pronta. Depois que o vento já levou até as cinzas, os agentes de prontidão chegam ao local para averiguação. Até porque isto não seria para os bombeiros?

Estamos caminhando bem. Dá-le, Dudu!

domingo, 26 de junho de 2011

A tragédia do River Plate

O histórico era traumático. Anos de desempenho pífio no campeonato argentino levaram o River Plate ao duelo desempate por um lugar na primeira divisão. O duas vezes campeão continental vinha de uma derrota por 2x0 para o pequeno Belgrano, de Córdoba. Em casa, no Momental de Nuñez, o alvi-rubro precisava de uma vitória por dois gols para se garantir junto ao Boca Juniors e ao Independiente como os únicos eternos na divisão principal do futebol.

A torcida lotou o estádio. A festa era grande. O time sentiu o clima e pressionava. Um susto aos quatro minutos, o que seria um gol do Belgrano foi anulado por impedimento. Trinta segundos depois, Pavone levou o público ao delírio. Um belo chute de fora da área foi rasteiro no canto do gol. 1x0. Era a senha para o fim do pesadelo.

E o tempo foi se passando. Os passes foram se errando. A bola não entrava. A “hinchada” sentiu. O segundo tempo trouxe o desespero do relógio que não para. Não havia esquema tático. Não havia zaga, meio, ataque. Era tudo uma coisa só. A torcida inclusive. Até que bateram cabeça. Numa confusão da zaga, a bola rolou fácil para o Belgrano empatar. 1x1.

Tudo poderia ter um final diferente: se no primeiro tempo, o juiz deixou de marcar um pênalti claro, no segundo, ele deu outro que não foi às claras assim. Pavone, o autor do primeiro gol, teve a chance de virar herói. Com um guindaste nas pernas, a bola morreu nos braços do goleiro. Nada feito. Tinha que acontecer dois gols em trinta minutos. Não deu.

O jogo terminou quando a torcida aos quarenta e quatro começou a querer invadir o campo. Daí, não parou mais. A policia lançava fortes jatos d´água para conter o ímpeto dos mais exaltados acertando quem estivesse na arquibancada sob os seis graus Celsius de Buenos Aires. Não deixa de ser coerente a tentativa de agressão ao ex-presidente do clube entre 2001 e 2009 José Mária Aguilar responsabilizado por 11 em cada 10 torcedores pelo atual momento do River.

Até a Nacional B. É hora do campeão do mundo em 1986 olhar para frente.