Neste ano de 2012, no qual o Flamengo passa por mais uma de
suas intermináveis crises – jogadores estrelas, altos e atrasados salários, um
elenco com entrosamento zero, treinadores demitidos – tem destaque negativo a
pífia campanha na Libertadores da América. A eliminação ainda na fase de
grupos, se iguala ao pior desempenho de 2002, com a diferença que este grupo é
muito caro que os três adversários juntos e tinha condições de ir mais adiante.
Neste mesmo torneio, o Corinthians chega a primeira final de
sua história. Tem pinta de favorito, mesmo considerando que é o Boca Juniors,
do outro lado, e o time joga bem, convence a quem o vê em campo. Vide a vitória
sobre o Santos, atual campeão da América, de Neymar e cia, que pouco ameaçou os
paulistanos na semifinal.
E, no atual elenco do Corinthians, podemos ver o Flamengo de
anos recentes. Dos 14 que atuaram na primeira final contra o Boca, em Buenos Aires , três
jogaram no rubro-negro: Alessandro, Liédson e Emérson.
O lateral-direito Alessandro é cria da Gávea, onde começou
em 1997, e só saiu em 2003, após 142 jogos e 9 gols. Saiu porque faltava ao
Flamengo planejamento sobre o elenco. Foi emprestado ao Palmeiras, e nunca mais
voltou. Foi tricampeão carioca (1999,2000,2001) e da Copa dos Campeões (2001).
O atacante Liédson tem boa e rápida passagem pelo time em
2002, onde jogou ao lado de Alessandro em 18 jogos. Foram 15 gols em 29 jogos,
e uma excelente média de 0,51 gol por partida. Saiu pela porta dos fundos,
alegando que o Flamengo lhe devia dinheiro. Foi para a primeira passagem no
Corinthians, de onde partiu para fazer a vida em Portugal.
O atacante Emérson surgiu do nada em 2009. Tinha feito a
vida no Japão e no Oriente Médio. Era o sheik. Veio porque queria jogar no time
do coração. Em pouco tempo conquistou a torcida. Foi campeão carioca e
brasileiro em 2009. Fez 11 gols em 26 jogos. Foi comprado pelos árabes do
Al-Ain, de Dubai, por 17 milhões de dólares.
Os três saíram por motivos diferentes. Certamente teriam seu
espaço no elenco atual. Mas é difícil dizer que os três seriam titulares. De
qualquer maneira, não deixa de ser interessante ver que o Flamengo tomou suas
decisões, para o bem ou para o mal, e, na final da Libertadores de 2012, algumas
delas estão campo.