Sub-coordenadora de assuntos culturais do Museu Nacional, a doutora em Antropologia Social pela UFRJ Renata Menezes lembra como surgiu seu interesse pela área. “Quando eu era criança, vi um vídeo sobre índios. O que mais me fascinou foi ver pessoas no Brasil que não falavam português. Aquilo era algo totalmente novo para mim.”
Quinhentos e oito anos depois da chega do homem branco ao Brasil, o Programa de Formação em Educação Intercultural Bilíngüe para os países Andinos lança, nesta segunda, o Atlas Sociolingüístico dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe. Segundo a obra, o Brasil é o país da região com o maior número de comunidades indígenas. São 247 povos que falam 188 línguas.
A história acompanhada por Renata em vídeo continua viva no Brasil do século XXI. O município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, é o único que admite oficialmente o caráter multilíngüe da população. São quatro as línguas oficiais: Português, Nheengatu, Tukano e Baniwa. O Ministério da Educação já produz livros para a formação de professores indígenas tanto bilíngües quanto somente na língua materna nativa. Atualmente, 36 povos estão contemplados pelas publicações do MEC. O território indígena legal constitui 12,54% do Brasil. Os índios caminham para dominar o país novamente.
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